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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Miss Universo 2011 - 60ª Edição


Miss Angola, Leila Lopes Eleita a
Mulher mais Bonita do Mundo
A mexicana Ximena Navarrete, Miss Universo 2010 passa 
a coroa e a faixa a eleita Miss Universo 2011 a angolana Lelia Lopes
60ª Edição do Concurso; a Miss Angola foi eleita a mulher mais bonita do mundo. O concurso foi realizado em São Paulo nesta segunda-feira 12 de setembro no Credicard Hall e transmitido com exclusividade pela Rede Bandeirantes de Televisão, tendo como comentarista a apresentadora Adriane Galisteu.
É a primeira vez que o concurso foi realizado no Brasil. Pena que a representante brasileira Priscila Machado (25 anos), embora muito bonita e elegante, ficou com o terceiro lugar. Disputando com a Ucraniana Olesia Stefanko (23 anos); a angolana Leila Lopes parecia não acreditar na posição em que estava. 
 angolana Lelia Lopes
Embora a Angolana estava sendo ovacionada pelo público; acredito que os aplausos tenha influenciado os jurados. Alegria para uns tristeza para outros. Digo tristeza pois, em alguns sites de intolerantes e grupos extremistas raciais, postaram mensagens horríveis e ofensas a Angolana Leila Lopes e também as misses representantes da Ucrânia e Brasil, 2º e 3º lugar respectivamente, realmente não aceitaram muito bem uma negra ocupando o posto de a Mulher mais bonita do mundo.
 angolana Lelia Lopes
Em entrevista coletiva à imprensa, realizada na madrugada desta terça (13 de setembro), Leila chegou a ser questionada sobre o preconceito racial. Em sua resposta, a miss Universo, que não foi indagada a respeito das mensagens ofensivas que sofreu no site Stormfront, afirmou: “acho que pessoas preconceituosas é que precisam procurar ajuda, porque não é normal, em pleno século 21, alguém ainda pensar dessa forma”.
De fato a Angolana é muito linda, a representante da China é extremamente elegante, vejamos as cinco (5) finalistas das 89 representantes de diversos países, deste grupo foram escolhidas 16 e destas as finalistas. 1º lugar: Miss Angola Leila Lopes, 25 anos; 2º lugar Miss Ucrânia Olesia Stefanko, de 23 anos; 3º lugar Miss Brasil Priscila Machado, 25 anos; 4º Lugar Miss Filipinas Shamcey Supsup, 24 anos e 5º Lugar Miss China Luo Zilin, 24 anos.
 (5º lugar - China) Luo Zilin
 (4º lugar - Filipinas) Shamcey Supsup
 (3º lugar - Brasil) Priscila Machado
 (2º lugar - Ucrânia) Olesia Stefanko
 (1º lugar - Angola) Leila Lopes

Abraços!!!!
JP


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mulheres no Mundo - Contrastes Culturais

Lei/ Cultura/ Religião/ 
Sakineh
- Apedrejamento - Sakineh Ashitiani (Mulher Irariana)
Esta mulher teve seu nome repercutindo na mídia, desde que foi acusada em 2006 pelo governo iraniano por dois crimes. Por ter participado da morte do marido, ela foi condenada a dez anos de prisão. E por ter cometido adultério, que no Irã é punido com apedrejamento ou forca. Ela dizia a todo tempo que era  inocente. Diante da pressão mundial a execução foi adiada por várias vezes e o governo chegou a anunciar que a pena seria reexaminada.
Waris
- Circuncisão - Waris Dirie (Ex-modelo Somaliana)
A ex-modelo africana (Somália) Waris, fugiu do seu país de origem para gritar ao mundo, sobre um problema que assombram as mulheres africanas. A Mutilação genital feminina, prática comum em vários países africanos, além de parte do Oriente e da Europa, em que as meninas são cortadas como pré-requisito para arrumarem casamento.
A idéia absurda é de que, com a mutilação, seus desejos sexuais fiquem reduzidos, assim como a possibilidade de cometer o adultério. Tudo em nome da falsa segurança machista em relação a fidelidade da esposa e a castidade da noiva.
Waris é uma mulher negra que venceu na vida como profissional  em uma carreira super concorrida. Ex-modelo internacional de prestígio, porém traz uma certa tristeza no olhar, tristeza essa atrelada ao seu país de origem, a Somália, ao seu povo e costumes. Aos cinco (5) anos de idade, ela e duas irmãs (que não sobreviveram) foram submetidas a umas das maiores crueldades ainda praticadas em vários lugares do mundo em nome das tradições e crenças dos ancestrais: a mutilação genital feminina, remoção ou costura dos lábios vaginais ou clitóris para a diminuição do prazer sexual. Muitos povos consideram  circuncisão feminina como um ato para manter a "pureza" de uma jovem até o casamento. Muitos homens recusam-se a casar com uma mulher que não tenha passado pelo "ritual", podendo alegar que a mesma é impura para o matrimônio ou até mesmo mais propensa a traí-lo.
Para piorar a situação estes procedimentos são feitos sem a mínima condição higiênica, utilizando utensílios cortantes como: facas, pedaços de vidros, lâminas, troncos de árvores e espinhos que, muitas vezes, são usados em várias meninas diferentes (com idades entre 3 a 15 anos ) sem nenhuma esterilização.

As consequências são infecções graves que, se não levam à morte, provocam danos à saúde e levam a mulher à infertilidade, sem contar o dano psicológico. "Muitas dessas mulheres fazem tratamento psicológico pelo resto da vida", afirmou Waris, em entrevistas.

O Uso da Burka
 - O uso da Burka - A Mulher e o Véu/ Islamismo
Por: Yasmin Anukit
Quando os filósofos de Alexandria, no Egito, promoveram o sincretismo de Ísis e Palas Athena, a deusa grega da Sabedoria, o seu templo, em Saís, passou a ostentar uma máxima que veio a se tornar clássica: "Eu sou tudo o que é e o que sempre será. Mortal algum jamais erguerá meu véu!" Ora, na condição de simples mortal, isto é, de profano não iniciado nos Mistérios, o aspirante permaneceria à margem do conhecimento, até que este lhe fosse revelado pela abertura dos "olhos espirituais".
Véu Islâmico
O véu foi originalmente introduzido nas antigas civilizações da Pérsia e da Mesopotâmia e mais tarde, na cultura greco-romana. Caracterizava o sta- tus feminino elevado, conferindo-lhe uma certa inacessibilidade. Habitual entre as mulheres judias, tornou-se, também, uma referência das damas cristãs em Bizâncio e na Idade Média ocidental. O Profeta Mohammad (s.a.w.) instituiu o uso do véu no século VI, na Arábia, para que as muçulmanas também gozassem da mesma dignidade das demais seguidoras entre os povos do Livro, isto é, da Torá e do Evangelho. Deste modo, numa época selvagem e belicosa, onde a lei mal se delineava, o véu era uma salvaguarda. Porém, mais do que isso, o seu uso simbolizava a elevação espiritual da condição feminina, assim como o turbante concedia aos homens a sacralização da cabeça. O Islão pretendeu, através do sacerdócio universal, estender a toda a Ummah (Comunidade) uma vestimenta que tornasse os fiéis iguais diante de Deus.
Oficiais Afegãs
Portanto, o uso do véu nunca designou a submissão feminina, embora uma política gradualmente machista - muito distante da época em que as mulheres mulçumanas cavalgavam e guerreavam ao lado dos homens - refreou as suas liberdades e, na mesma medida, o seu rosto foi se tornando anônimo. Com o tempo, o véu - burkas - xadors e abayas - veio a cair nas mãos de uma intolerância patriarcal cada vez maior, tornando-se motivo de apologia entre fundamentalista: wahabbitas da Arábia Saudita, rdicais Xiitas do Irã pós-Khomeíni, Tlibãs Afegãos e guerrilheiros do Hamas, na Palestina.
Para estes, o véu se tornara uma arma de controle e exclusão da mulher, privada de escolha quanto à sua própria indumetária. Países como Iraque e o Líbano, nas últimas décadas, promoveram uma progressiva libertação do corpo feminino e de seus costumes.
Entretanto, hoje em dia, esta questão se reverte, pois muitas mulheres muçulmanas passaram a reivindicar o uso do véu, tanto no Oriente Médio quanto na Europa, como uma afirmação de sua identidade religiosa e como um ato de resistência cultural.
Mulheres de Burkas
 - Brasil Campeão em Violência Domética  -
06/09/2011 - STJ decide que basta o B.O. para processar por violência doméstica;
O Superior Tribunal de Justiça manteve a decisão de que um homem acusado de violência contra a irmã deve responder a processo penal mesmo sem representação formal da vítima, isto é o pedido para que o crime seja investigado. Para o STJ, o registro de ocorrência perante autoridade policial é suficiente para demonstrar a vontade da vítima de violência doméstica em dar seguimento à ação penal contra o agressor, conforme dispõe a Lei Maria da Penha.
05/09/2011 - Assassinato de jornalistas mexicanas será investigado como violência de gênero;
Ana María Marcela Yarce e Rocío González, da revista Contralínea, especializada em jornalismo investigativo, foram assassinadas brutalmente na cidade do México. A Anistia Internacional pediu que se investigue se o crime foi motivado pelo fato de as vítimas serem jornalistas e serem mulheres.
05/09/2011 - Projeto quer que governo do MT divulgue dados sobre violência contra as mulheres;
Projeto em tramitação na Assembléia do Mato Grosso propõe que o governo estadual divulgue, oficial e semestralmente, os índices de violência contra as mulheres no Estado por meio da internet. A proposta está em análise na Comissão de Segurança Pública e Comunitária da Assembleia Legislativa.

01/09/2011 - Criadores de 'rodeio das gordas' terão que pagar indenização;
Após inquérito que concluiu que houve prática de violência contra as mulheres, dois rapazes que criaram e estimularam a difusão do chamado “rodeio das gordas”, no qual outros jovens eram incentivados agarrar e montar em alunas obesas durante jogos entre alunos da Unesp em outubro do ano passado, assinaram um acordo com o Ministério Público.
28/08/2011 - O caso Dominique Strauss-Kahn vai provocar um retrocesso e convencer mulheres a não acusar homens poderosos de crimes sexuais?
Alisson Leotta, ex-procuradora para crimes sexuais em Washington, acha que a resposta é sim, mas ela espera que o efeito não seja duradouro. "Discordo quando dizem que a mulher precisa ter um passado perfeito para acusar um homem de estupro nos EUA. Eu condenei réus acusados por prostitutas e traficantes. Todo mundo comete erros e, no fim, o que o júri quer ouvir é a verdade sobre um crime."
27/08/2011 - 'Minha mãe me levou pra ele', conta mulher abusada pelo pai e absolvida por encomendar sua morte;
A agricultora Severina Maria da Silva foi absolvida pela Justiça de Pernambuco da acusação de ter encomendado a morte do pai, Severino Pedro de Andrade, de quem engravidou 12 vezes e teve cinco filhos durante os 29 anos em que foi vítima de abusos sexuais e agressões.
26/08/2011 - Lei Maria da Penha tem beneficiado homens;
Homens estão recorrendo à Lei para denunciar agressões de mulheres e companheiros. “A Lei Maria da Penha foi criada para proteger as mulheres, historicamente discriminadas na nossa sociedade. Usá-la para beneficiar outros públicos significa desvirtuá-la”, defende a socióloga Wânia Pasinato.
25/08/2011 - Novela quer abordar violência doméstica de forma polêmica;
Mais do que retratar a violência doméstica, a novela Fina Estampa pretende discutir por que a mulher se submete ao marido machista e violento sem procurar ajuda ou denunciá-lo à polícia. "É hora de se discutir por que, num mundo onde as mulheres já têm voz, isso ainda acontece", diz o autor, Aguinaldo Silva.
Como especialistas avaliam os cinco anos da Lei Maria da Penha;
"A Lei Maria da Penha precisa chegar a todo o país", alerta Maria da Penha Fernandes; "O problema da violência doméstica continua não sendo reconhecido no sistema de saúde", denuncia a médica e pesquisadora da USP Ana Flávia d'Oliveira. A Agência Patrícia Galvão repercutiu com pessoas de diferentes áreas o impacto da Lei e o que ainda falta para que seja garantido efetivamente às mulheres brasileiras o direito a uma vida sem violência.
site: agência Patrícia Galvão
_As vezes vimos, atônitos reportagens que aos nossos olhos são violência sem tamanho contra as mulheres, embora as (3) três primeiras situações acima são questões culturais, religiosas e leis instituídas há tempos atrás, etretanto por sermos tão "livres" não conseguimos apenas tomar conhecimento e não questionar: em pleno século 21, uma lei que apedreja a mulher que cometeu adultério? Ou por tradição obriga a mulher sem ter o direito de escolher sentir prazer sexual..., e por questões religiosas se cobrem toda??? Bem destes males ainda temos uma situação que não é nem um pouco cultural, nem religiosa e muito menos descrevem em lei que bater e agredir mulher é normal (como na idade da pedra)... sim em cada canto deste Brasil isto não é novidade nenhuma.
Ouvi numa reportagem que, a cada 2 minutos 5 mulheres no nosso país sofrem algum tipo de violência e neste caso existe a lei que diz proteger o cônjuge caso sofra violência (Lei Maria da Penha - completa 5 anos), só que a vítima denuncia e o agressor vai preso e em seguida é solto... bate novamente e/ ou mata, isso assistimos quase todos os dias nas TV's e não muda em nada. Penso que qualquer que seja o que fazem (seja com homem ou mulher) sem que o outro permita é violência se não física é psicológica, coloquei as situações referindo a mulher, por serem mais "frágeis", sobretudo, em alguns lugares no mundo elas não tem o direito nem de se expressar...; penso que estamos caminhamos para um  mundo onde todos sem qualquer distinção poderão ser e sentir-se livres em qualquer aspecto, onde o diálogo será a mola mestra para solucionar qualquer problema. Violência, dê um basta!!!



Abraços!!!
JP

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro de 2001 - Parece que foi Ontem!!!



As Torres Gêmeas em Chamas
11 de Setembro de 2001 - Parece que foi ontem... eu me lembro bem estava saindo da empresa na qual trabalho atualmente, tinha acabado de almoçar e estava caminhando no pátio para saída, era entre 11:00 e 12:00h., retornaria as 13:00h. estavam num varandão próximo da portaria, (lá tem um televisor que fica ligado quando tem agum colaborador...) estavam todos de olhos vidrados no replay da cena dos aviões chocando com WTC e as Torres Gêmeas fomegando, pessoas tentando se jogar, um cenário de horror, enfim somando mais de 3000 pesoas mortas.
 As Torres Gêmeas em Chamas
Passaram-se então uma década do acontecimento que marcou a história no mundo e despertou todos os continentes, quão vuneráveis somos quanto há uma mente doentia, que anseia vingança, Bin Laden ovacionado pelos seu seguidores, vibraram com a perversidade de seu líder. Os Estados Unidos contrataca com apoio de países aliados, e colocam as forças armadas para tentar a captura de Bin Laden e colocar ordem no Oriente Médio, tentando banir o terrorismo de vez. Quantas vidas se foram nesta grande caçada ao grande líder do Taliban. 
Hoje nos Estados Unidos relembram o dia da trajédia e fazem várias homenagens aos que se foram, sem ter a mínima chance de entender o ataque que sofreram, simplesmente morreram.

Presidente Barack Obama e a primeira dama Michelle Obama visitam o memorial 
das vítimas do voo United 93, derrubado durante em 11 de Setembro de 2001
A cerimônia em homenagem as vítimas do atentado terrorista às Torres Gêmeas, que completou 10 anos neste domingo, teve início às 8h35 (9h35 no horário de Brasília) no Marco Zero, com o hino americano cantado pelo coral jovem do Brooklyn seguido de um discurso do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.
Veja várias fotos de hoje 11/09/2011
JP.
Policiais, patrulham a piscina Sul no WTC em Nova York 
O presidente americano Barack Obama chega ao memorial do 11 de Setembro,
acompanhado por George Bush e a primeira dama Michelle Obama
Nomes das vítimas dos atentados em 11/09/2001 gravados no memorial
World Trade Center em Nova York
 A Cerimônia de Homenagem as Vítimas do atentado de 11 de Setembro
Veja esta entrevista:
Após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando aviões foram lançados contra as torres gêmeas, em Nova York, e contra outros símbolos norte-americanos, o governo de George W. Bush empreendeu o que foi chamado de “Guerra ao Terror”. Primeiro, a invasão militar do Afeganistão (ainda em 2001) e depois o Iraque, no início de 2003. A justificativa foi de que esses dois países abrigavam terroristas que eram uma ameaça aos Estados Unidos. Passados 10 anos, qual o resultado de toda essa política? Para o jornalista de Zero Hora (grupo RBS), Luiz Antônio Araújo, 44 anos, que participou da cobertura das guerras do Afeganistão e do Iraque, os resultados da “guerra ao terror” foram pífios.

Araújo, que é autor também da obra “Binladenistão” (lançada em 2009), ressalta que valeu a pena “para a indústria armamentista e algumas empreiteiras que abocanharam a reconstrução desses países”. O escritor, que lança em breve um novo livro – Guerra do Afeganistão, a imprensa brasileira foi e viu-, participa em Santa Maria, na próxima segunda, 22 de agosto, às 19h, do Cultura na SEDUFSM proposto para debater os reflexos do 11 de setembro. Luiz Antônio e o professor da UFSM, Rondon de Castro, analisam o papel da imprensa na cobertura dessas guerras, à luz do documentário “A guerra que você não vê”, de John Pilger, que será exibido a partir das 19h, na sede do sindicato (André Marques, 665). O tema da 48ª edição do Cultura na SEDUFSM prossegue na segunda, 29 de agosto, às 19h, com a palestra do professor de História da USP, Osvaldo Coggiola, que abordará “O terrorismo e os reflexos do 11 de setembro”.


Acompanhe a seguir a entrevista concedida ao site SEDUFSM pelo jornalista Luiz Antônio Araújo:

P- Passados 10 anos dos atentados de 11 de setembro, qual o balanço que se pode fazer dos reflexos desse episódio para o planeta?

R- O 11 de Setembro foi uma atrocidade na qual morreram mais de 3 mil pessoas, incluindo três brasileiros, a imensa maioria delas sem qualquer relação política ou profissional nem compromisso com a condução dos assuntos externos dos Estados Unidos. Foi um crime bárbaro, comparável a tantos na inútil história do terrorismo, e serviu de pretexto para duas guerras, no Afeganistão e, indiretamente, no Iraque. Ponto. Mas é evidente que o 11 de Setembro não foi um raio em céu azul. Se quisermos entendê-lo, teremos de investigar a história do Oriente Médio e da Ásia Central no final do século 20, especialmente depois do fim da União Soviética e da Guerra Fria. É isso que tento fazer em meu livro "Binladenistão - Um Repórter Brasileiro na Região mais Perigosa do Mundo". Quanto aos seus reflexos, foram desastrosos para toda a humanidade. Afirmar que a manutenção de 100 mil soldados americanos no Afeganistão para defender um governo corrupto como o de Hamid Karzai se justifica por propósitos humanitários e democráticos é uma piada de mau gosto e um insulto à memória dos mais de 1,6 mil homens das forças armadas americanas que perderam a vida lá, incluindo um brasileiro, Raphael Arruda, de apenas 21 anos. A própria secretária de Estado, Hillary Clinton, chamou o Afeganistão de "narcoestado" em 2009 (ela certamente estava pensando nas ligações da família Karzai com o narconegócio). E não podemos esquecer que o Paquistão, outro aliado de primeira hora dos EUA, foi o porto seguro de Osama bin Laden durante 10 anos. O escritor Tariq Ali descreveu em seu livro "O Duelo" (Record, 2010) um diálogo com um conhecido seu nas forças armadas paquistanesas que, perguntado sobre por que não entregavam Bin Laden, responde: "Por que iríamos matar a galinha dos ovos de ouro?". Enfim, como escrevi em "Binladenistão", não é possível pensar numa saída para essa situação sem uma profunda revisão das atitudes e políticas dos EUA para toda a região nos últimos 20 anos.


P- Após os ataques de 11 de setembro, os Estados Unidos e seus aliados, empreenderam uma política denominada de “Guerra ao Terror”, que se caracterizou pela invasão de países como Afeganistão e, posteriormente, o Iraque. Pela tua experiência de cobertura desses conflitos, a estratégia estadunidense foi exitosa?


R
- Os resultados foram pífios. Do ponto de vista dos negócios, valeu a pena para a indústria armamentista e algumas empreiteiras que abocanharam a reconstrução desses países (vale lembrar que o Afeganistão, segundo recente reportagem de Zero Hora, tem a mesma extensão de rodovias asfaltadas que o Rio Grande do Sul, o que só se explica pela importância de boas estradas para as tropas de ocupação). Isso ocorreu, obviamente, a um custo humano e político insustentável. Os EUA, país cada vez mais afundado na maior crise econômica desde 1929, gastam 2,2 bilhões de dólares por semana para se manter no Afeganistão. Por mais que o presidente Obama fale em "guerra de necessidade", é difícil explicar para um funcionário público de Wisconsin por que ele tem de ficar sem salário enquanto há dinheiro para ocupar um país miserável e distante. A guerra do Afeganistão é a mais longa da história das intervenções dos EUA, maior do que as campanhas do México, das Filipinas, de Cuba, da Coreia, do Vietnã. Ainda hoje os soldados americanos dizem "Lembrem-se do Álamo", mas é improvável que alguém diga no futuro "Lembrem-se de Wardak", onde os talibãs derrubaram um helicóptero da Isaf (força da Otan), fazendo 38 mortos, 30 deles americanos. Aliás, o próprio governo Obama já abandonou há muito tempo a expressão "guerra global ao terror". É uma expressão que faz lembrar o "Sacro Império Romano", que não era sacro, nem império, nem romano. A guerra de Bush (que Obama herdou e, em certo sentido, aprofundou, ainda que tenha lhe mudado o nome) não era guerra, nem global, nem ao terror.

P- Percebes alguma relação entre a política norte-americana para o Oriente Médio e as recentes revoluções em países árabes?


R-
Sem dúvida. A maioria dos ditadores e governantes corruptos de países árabes postos contra a parede pela chamada Primavera Árabe é de aliados dos EUA. O enviado dos EUA ao Egito durante a crise disse que Mubarak deveria continuar no cargo. Kadafi chegou a dizer que, se dependesse dele, Obama ficaria no governo dos EUA para sempre. A exceção é o ditador sírio, Bashir al-Asad, mas isso também é relativo, porque Asad pai apoiou firmemente o lado americano na primeira Guerra do Iraque. Não vimos muitas cenas de bandeiras americanas queimadas durante a Primavera Árabe como vemos na América Latina, por exemplo. Isso é algo que exige uma explicação. Mas o fato é que não houve melhor amigo dos EUA no Oriente Médio, depois de Israel, do que Mubarak.

P- Dizem que em uma guerra, a primeira a morrer é a verdade. Como avalias, de uma forma geral, a cobertura da imprensa em relação aos conflitos do Afeganistão e do Iraque?


R
- Creio que, de uma maneira geral, a imprensa, especialmente a americana, foi vítima da narrativa oficial de que estávamos vivendo uma guerra contra o terror, o mal, os bandidos da Al Qaeda e de Saddam Hussein. Houve colegas que chegaram a aparecer armados em frente às câmeras nos EUA. A imprensa também comprou a versão de que Saddam tinha armas de destruição em massa. Houve, por outro lado, as honrosas exceções que não deixaram de fazer seu trabalho. Refiro-me a Seymour Hersh, Robert Fisk, Dana Priest, Jane Mayer e um punhado de outros. Creio que a imprensa brasileira, sempre que conseguiu ter enviados e apuração independente na região, também cumpriu sua missão. É o que pretendo mostrar no meu próximo livro.
Texto: Fritz R. Nunes

Abraços!!!

JP